Recentemente li, no Calcalist, que o Presidente do Banco Central de Israel, Fisher Stanley, anunciou que estão separados robustos NIS 650 mil (usd 180.200) para aquisição de um novo modelo estatístico-probabilístico contra falências de empresas.
O Departamento de Pesquisa do Banco Central, em conjunto com o de Supervisão Bancária e de Mercados, decidiu se antecipar a uma possível crise e utilizar o banco de dados oferecido pela empresa britânica Moody´s Analytics, subsidiária da famosa empresa de rating Moody´s.
A Moody´s Analytics atua em 26 países, e dentre seus clientes estão grandes bancos comerciais, seguradoras, e até mesmo governos, como o Banco Central da União Européia. Estamos falando de um banco de dados de dezenas de milhares de empresas em todo o mundo, com histórico de 10 anos retroativos, e pesquisas a respeito de 8.000 empresas que passaram por processos de falência.
No caso de Israel, estão cobertas 500 empresas locais e outras diversas que possuem relações comerciais com o país.
O contrato é de três anos. Disponibilizam-se NIS 216.000 no 1º ano, e o mesmo poderá ser renovado por mais dois anos subseqüentes.
O orçamento destinado a este modelo demonstra a real preocupação do Banco Central de Israel com uma forte crise econômica. Stanley parece estar com o dedo no gatilho para se prevenir contra os riscos de mercado. Não é a toa que em julho deste ano se candidatou para a Diretoria do FMI em substituição a Strauss – o cara é bom mesmo.
Há dois anos e meio, numa conferência de divulgação do Relatório Anual do Banco Central, Stanley disse: “A quebra de um grande magnata, ou de até mesmo dois, é questão de tempo.”. Em seguida, questionado por repórteres a respeito de quais magnatas se referia, Fisher ignorou. Dois meses depois, todos tomaram conhecimento dos graves problemas que Lev Leviev enfrentou.
Para quem não sabe, Lev Avnerovich Leviev possui um patrimônio líquido estimado de cerca de USD 1,5 bilhões de dólares (já pós-crise 2008) e é um dos maiores filantropos judeus do mundo. Chabadnik ortodoxo, inclusive.
Nasceu no Uzbequistão e em 1971 fez Aliah. Atualmente mora em Londres.
Leviev é muito conhecido por ser gigante no ramo de diamantes, além de causar grandes polêmicas por estar ligado a incorporações localizadas em assentamentos judaicos.
Sua empresa, Israel-Africa, precisou de ajuda judicial para renegociar NIS 21 bilhões em dívidas. Além disso, Leviev possuía muitos investimentos em real estate, e os viu desaparecer na crise subprime.
Será que Stanley profetizou?
Ele já sabia de algo?
Parece que sim.
Dessa vez, Stanley parece não estar mais confiando em seus poderes proféticos, e apelou para outra bola de cristal, mesmo que tenha que gastar gordos NIS 650 mil no brinquedo.
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