quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Stanley, Hanavih – Stanley, O Profeta

Recentemente li, no Calcalist, que o Presidente do Banco Central de Israel, Fisher Stanley, anunciou que estão separados robustos NIS 650 mil (usd 180.200) para aquisição de um novo modelo estatístico-probabilístico contra falências de empresas.

O Departamento de Pesquisa do Banco Central, em conjunto com o de Supervisão Bancária e de Mercados, decidiu se antecipar a uma possível crise e utilizar o banco de dados oferecido pela empresa britânica Moody´s Analytics, subsidiária da famosa empresa de rating Moody´s.

A Moody´s Analytics atua em 26 países, e dentre seus clientes estão grandes bancos comerciais, seguradoras, e até mesmo governos, como o Banco Central da União Européia. Estamos falando de um banco de dados de dezenas de milhares de empresas em todo o mundo, com histórico de 10 anos retroativos, e pesquisas a respeito de 8.000 empresas que passaram por processos de falência.

No caso de Israel, estão cobertas 500 empresas locais e outras diversas que possuem relações comerciais com o país.

O contrato é de três anos. Disponibilizam-se NIS 216.000 no 1º ano, e o mesmo poderá ser renovado por mais dois anos subseqüentes.

O orçamento destinado a este modelo demonstra a real preocupação do Banco Central de Israel com uma forte crise econômica. Stanley parece estar com o dedo no gatilho para se prevenir contra os riscos de mercado. Não é a toa que em julho deste ano se candidatou para a Diretoria do FMI em substituição a Strauss – o cara é bom mesmo.

Há dois anos e meio, numa conferência de divulgação do Relatório Anual do Banco Central, Stanley disse: “A quebra de um grande magnata, ou de até mesmo dois, é questão de tempo.”. Em seguida, questionado por repórteres a respeito de quais magnatas se referia, Fisher ignorou. Dois meses depois, todos tomaram conhecimento dos graves problemas que Lev Leviev enfrentou.

Para quem não sabe, Lev Avnerovich Leviev possui um patrimônio líquido estimado de cerca de USD 1,5 bilhões de dólares (já pós-crise 2008) e é um dos maiores filantropos judeus do mundo. Chabadnik ortodoxo, inclusive.

Nasceu no Uzbequistão e em 1971 fez Aliah. Atualmente mora em Londres.

Leviev é muito conhecido por ser gigante no ramo de diamantes, além de causar grandes polêmicas por estar ligado a incorporações localizadas em assentamentos judaicos.

Sua empresa, Israel-Africa, precisou de ajuda judicial para renegociar NIS 21 bilhões em dívidas. Além disso, Leviev possuía muitos investimentos em real estate, e os viu desaparecer na crise subprime.

Será que Stanley profetizou?

Ele já sabia de algo?

Parece que sim.

Dessa vez, Stanley parece não estar mais confiando em seus poderes proféticos, e apelou para outra bola de cristal, mesmo que tenha que gastar gordos NIS 650 mil no brinquedo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Ser Feliz ou Ser Produtivo?


Estou justo terminando de ler a obra prima do economista Eduardo Giannetti, “O Valor do Amanhã”. Quase um clássico como Harry Potter.... Impressionante!

No capítulo onde fala sobre hipermetropia, ou seja, a característica humana de superestimar o futuro em relação ao presente, fazendo referência às pessoas que de forma desproporcional se preocupam com o futuro e passam anos acumulando riquezas ou possuindo hábitos saudáveis em excesso.

Giannetti argumenta que estas pessoas freqüentemente sofrem de infelicidade, pois se esquecem de desfrutar da vida. A preocupação com o “amanhã”, apesar de ser importante em nosso planejamento de vida, por si só não nos traz o deleite e às vezes até nos causa muito stress.

Teoricamente, os denominados “religiosos” também “pecam” neste freqüente erro ao dar tamanha importância ao mundo vindouro (Giannetti cita inclusive, neste trecho, os ortodoxos). Os religiosos possuem um alto grau de hipermetropia, e esquecem de desfrutar da vida material, além da constante preocupação com eventuais castigos e julgamentos do futuro.

Confesso ter ficado um pouco perplexo, sendo um judeu ortodoxo, em como responder a esse argumento. Mesmo tendo a fé nos robustos juros que estarão, se D´s quiser, a minha espera no Olam Abá (mundo vindouro), será que não estou comprometendo demais minha felicidade ao ter esta constante preocupação a cada passo dado?

Até que a resposta me veio, através de um pequeno, mas sábio discurso que escutei na Sinagoga, por coincidência no mesmo Shabat em que lia Giannette. O discurso abordava a famosa história em que sábios do Talmud discutiam a respeito da frase mais importante de toda a Torá, e dentre frases importantes como “Shemah Israel” ou “Amarás o próximo como a ti mesmo” a escolhida é a que cita o Korban Tamid. “Korban Tamid” era um sacrifício feito à época do Templo Sagrado de Jerusalém, trazido todos os dias, sem exceção, durante todo o ano.

O que nossos sábios quiseram ensinar ao escolher justo este versículo dentre diversas frases categóricas da Torá é a importância da “constância”, característica intrínseca ao sacrifício “Tamid” – que significa “sempre” em hebraico.

A sabedoria judaica cada vez me deixa mais boquiaberto.

A constância é o segredo da vida, e isso nossos sabidos já alertaram há mais de 2000 anos.

Explico: alguém que não possui o maravilhoso costume de ler, certamente, ao pegar um livro, será tomado por um pesar no lugar de gozo. Já aquele que praticou a leitura, com esforço e constância, conhecerá o deleite que é ler um livro.

Diferente do que argumenta Giannette, estar constantemente preocupado em ser produtivo e previdente não é necessariamente sinônimo de tristeza ou stress. Se esta “constância” lhe deixa triste, pesado ou estressado, é porque ainda não foi constante o suficiente.

Além disso, o Judaísmo ensina que, mesmo naqueles momentos de puro prazer, como uma refeição festiva, ou uma partida de futebol, devemos aproveitá-los como um instante produtivo, de serviço à D´s. Isso é feito através de segundos de reflexão.

Não há como resistir à hipermetropia se olharmos o infinito e comparamos com os nossos míseros 120 anos de vida.

Aproveite cada segundo de sua vida. Seja produtivo. Mas faça com que cada segundo de sua vida também seja feliz.

Mas este segredo só descobre quem insiste. Você já tentou?

Como ganhar dinheiro rápido, fácil e seguro?


Um conhecido - não importa quem, mas a história é verídica, “eu juros!” – ganhou 50% na Bolsa em apenas um dia. Papel: BEES3, ON, Banco do Espírito Santo.

No dia 15/08 saiu um fato relevante da empresa, referente a uma reestruturação societária da mesma e de suas subsidiárias, visando a diminuição de custas com pequenos investidores e o aumento de liquidez do papel.

O papel subiu mais de 50%, num único dia. Zero de racional por trás deste movimento, tanto que no dia seguinte o papel voltou a patamares razoáveis. Alguém levantou o papel. Provavelmente a CVM investigará o caso.

Sorte? Nunca saberemos ao certo.

Este meu conhecido, dias antes, decidiu doar uma boa quantia de dinheiro para uma boa causa. Esta quantia era aproximadamente 2/3 do que ele ganhou na bolsa, dias depois.

- A Torá promete retorno de 100% sobre o dinheiro aplicado em tzedaká (justiça, ou popularmente conhecido como “contribuições/donativos”). – diz o rapaz, feliz da vida com o dinheiro já no bolso – Acumulei 50% sobre o valor investido. D´s deverá me enviar mais 50% em breve, não estou com pressa...acho até que ele manda depois já corrigido pelo CDI.

Você pode ser cético, ok. Não me importo.

Mas do jeito que a Bolsa vai mal, talvez seja uma boa estratégia acreditar... Olha que maravilha: o rendimento do dinheiro de tzedaká é livre de impostos e risk free